domingo, 13 de junho de 2010
Avaliação final do 1º semestre
Na escolha de uma imagem onde eu conseguisse trabalhar todos os conteúdos discutidos no semestre, eu escolhi uma pintura da arte rupestre, a qual os homens pré-históricos as realizavam nas paredes de suas cavernas expressando de forma artística cenas de seu cotidiano. De forma explicita pude notar o lúdico, a luta, a dança, o jogo até mesmo o lazer. Pois o homem das cavernas lutava, pela sua própria sobrevivência, por liderança e também ate para conquistar mulheres, o que se relaciona com o que Huizinga (2001) diz onde, toda a luta submetida a regras, devida precisamente a essa limitação, apresenta as características formais de jogo. Podendo considerar a luta como a forma de jogo mais intensa e enérgica, e ao mesmo tempo a mais óbvia e mais primitiva. Assim o jogo segundo Huizinga (1980) é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘vida quotidiana’. Mesmo a caça sendo obrigatória para sua sobrevivência algumas vezes tornava-se voluntária, não deixava de existir algumas regras, nem seu espaço e tempo e era acompanhado de um sentimento de alegria pode ser pelo simples fato deles irem caçar ou pelo resultado conseqüentemente obtido. O que me faz perceber que o jogo pode ser visto tanto na caça, mesmo essa sendo uma forma de sobrevivência quanto, na luta travada ou por liderança ou pela conquista de alguma mulher, quem determina se o que está ocorrendo é jogo ou não é quem faz parte, porque de acordo com Freire (2002) a vida (respirar, dormir, ler, pensar etc.) não é um jogo, as formas de viver é que são jogos, jogos em que só podemos ser muitas vezes, peças de um tabuleiro tão injusto e desigual. No caso dos homens das cavernas eles eram peças do jogo chamado vida, onde muitas vezes era lúdica para eles, pois Giovanina APUD Marcelino diz que o lúdico é um fim em si mesmo. Não é um meio para se alcançar algo. O lúdico é espontâneo, pertence à dimensão do sonho, da magia, da sensibilidade. O lúdico privilegia a invenção e a imaginação por sua própria ligação com os fundamentos do prazer. Eles tinham prazer em realizar todas suas tarefas do dia-a-dia por mais que fosse algo obrigatória, as próprias pinturas que eles realizavam em suas cavernas como vimos na imagem usada para fazer está prova é uma prova de lúdico, pois era algo espontâneo para eles era sério mais não deixava de ter alguns aspectos de prazer e lazer. Todos seus feitos em minha concepção eram lúdicos, pois de acordo com Freire o lúdico valoriza o prazer da função: repetir, errar, tentar mais uma e infinitas vezes, algo que lhe faz sentido de forma direta e simples. Aproveitando o tema abordado (o jogo) pude notar também características do jogo cooperativo, pois ali um necessitava do outro para sobreviver existia certa cooperação na caça e com a caça, pois como diz Darido (2002) tanto no jogo cooperativo quanto no competitivo, há uma proximidade dos jogadores, entretanto, como no jogo cooperativo há um objetivo em comum, não há rivalidade, nem necessidade de uma aproximação brusca. O que fica bem claro na própria imagem onde todos ali têm um objetivo em comum, caçar os animais. O que me permitiu perceber o esporte, um esporte adaptado no caso em forma de jogo porque segundo Betti (1991) APUD Darido o esporte é uma ação social institucionalizada, composta por regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma de competição entre dois ou mais oponentes ou contra a natureza, cujo objetivo é, por meio de comparação de desempenhos, determinarem o vencedor ou registrar o recorde. No caso a imagem não transmite o esporte mesmo porque na época o esporte não existia mais sim um esporte na forma de jogo que é possível ver na caça e na luta expressas pela imagem. O fair play de acordo com os temas citados anteriormente também se encaixa na relação com a imagem, pois de acordo com as pesquisas feitas em sala de aula o fair play representa a honra e a lealdade, o respeito pelos outros e por si próprio no esporte e no jogo, representa um modo de pensar, e não simplesmente um comportamento, como a vida de cada um dos homens primitivos é um jogo existi certo respeito entre eles regras delimitadas as quais eles devem respeitar para viver em plena harmonia, e também nas lutas que eles travam existi um respeito pelo adversário ou ate mesmo na caça cada um respeita no caso sua presa. A dança é mostrada de forma explicita e implícita porque de acordo com Nanni (1995) o ser humano utilizou a dança como linguagem corporal, simbolizando alegrias, tristezas, vida e morte, para celebrar o amor, a guerra, a paz, e é exatamente isso que os povos primitivos expressavam através da dança, alguns a usavam como forma de expressar alegria, conquista etc.
O lazer pode da mesma forma que Dumazedier descreve, sendo um conjunto de ocupações às quais o individuo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação voluntária ou sua livre capacidade criadora. O que os primitivos já demonstravam em seu dia-a-dia. Muitas eram as formas de lazer que eles exerciam muito diferente do que vemos hoje em dia, pois o lazer já não é tão fácil e simples de se realizar como era feito há muito tempo atrás. Também pude reparar na seguinte relação, o lazer é lúdico porque é um fim em si mesmo, não é um meio para se alcançar algo, todos os ganhos obtidos no lazer são conseqüências, também é lúdico porque é espontâneo, privilegia a invenção e a imaginação por sua própria ligação com os fundamentos do prazer. Assim pude notar que o corpo é um instrumento-mor para qualquer prática (jogo, luta, dança, esporte, ginástica) e que de acordo com Weil e Tompakow pela linguagem do corpo (no caso gestos), você diz muito aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. Podendo ter noção da questão de totalidade que através de “uma parte” você pode ver o todo como exemplo a obra através da estrutura dela o que em outras obras seria o quadro você pode notar uma cultura primitiva e isso só se confirma através dos traços desenhados naquela parede. De acordo com Korner o bem estar corporal se manifesta a partir de uma sensação que o indivíduo possui de estar à vontade em seu meio ambiente, os primitivos expressam muito bem essa idéia de bem estar corporal citada por Korner, pois todo lugar era seu meio ambiente, o que podemos relacionar com os lutadores e dançarinos de hoje em dia, um judoca, por exemplo, ele sente-se muito mais a vontade em um tatame do que apresentando um seminário para varias pessoas ali seu corpo se expressa de forma mais livre. Tendo em meio à cultura expressa pela própria figura onde já transmite a idéia de uma cultura primitiva vale também ressaltar que assim como Kofes (1985) afirma, o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar por meio de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente como cultura. Em outros termos, o homem aprende a cultura por meio de seu corpo o que fica bem claro quando falamos sobre homens primitivos, pois não existiu nada antes deles, ou seja, eles tiveram que aprender através de seu próprio corpo, ou como diz Daolio a cultura nada mais faz do que ordenar o universo por meio da organização de regras sobre a natureza. Ou seja, a cultura depende da natureza.
Pude concluir então que todos os conteúdos discutidos no semestre relacionam-se entre si, e através de algo seja uma imagem ou a uma vivencia ou ate mesmo a visita a um museu. E que o corpo é um meio para qualquer manifestação, como a dança, o jogo, o esporte, a luta e a ginástica, e também é um meio pelo qual através do movimento e influenciado pelos lugares transmite cultura.
Bibliografia:
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/arterupestre/
http://www.google.com.br
Freire, João Batista: O jogo: entre o riso e o choro 2002
Darido, Suraya Cristina; Rangel, Irena Conceição: Implicações para prática pedagógica, Rio de Janeiro, edt. Guanabara Koogan, 2005.
Huizinga, Johan: Homo Ludens, 5° edição, 1° reimpressão, edt. Perspectiva, São Paulo, 2004.
Daolio, Jocimar: Da cultura do corpo, 12º edição, edt. Papirus, Campinas-SP, 2007
Camargo, Luiz O. Lima: “O que é Lazer”: Coleção Primeiros Passos, 3° edição, São Paulo, edt. Brasiliense, 1992.
Tese:
Korner, Daniela Conrado: A expressão da personalidade num contexto de comunicação não verbal, 2001
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário